III Encontro regional das organizações do centro-oeste e sudeste da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)

Primeiramente: Liberdade para Rafael Braga!

Primeiramente: Liberdade para Rafael Braga!

Foi realizado em terras mato-grossenses o III Encontro Regional das organizações do Centro-Oeste e Sudeste da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB), com a participação da Rusga Libertária (RL, Mato Grosso), a Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ, Rio de Janeiro), a Organização Anarquista Socialismo Libertário (OASL, São Paulo) e o Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA, Minas Gerais), que nessa oportunidade se ingressa formalmente na CAB, se juntando aos demais estados no desafio de construir um anarquismo forte de norte a sul do país.

III Encontro regional das organizações do centro-oeste e sudeste da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)

III Encontro regional das organizações do centro-oeste e sudeste da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)

O encontro foi realizado nos dias 18, 19 e 20 de novembro, em ocasião também da comemoração dos 10 anos de Rusga Libertária, organização-chave na articulação de nossa regional e na construção de nossa Coordenação nacional, à qual a Regional da CAB prestigia e presta as mais sinceras homenagens. Cumpre também destacar o aniversário de 7 anos da OASL, no mesmo dia, 18 de novembro, à qual também prestigiamos e parabenizamos por sua firme e convicta peleja de construção de nossa ideologia na região do estado de São Paulo e no Brasil.

Neste nosso encontro aprofundamos os debates em torno de conjuntura regional, de assuntos que envolvem as nossas organizações específicas e das lutas que estamos presentes em nossos estados, além de consolidar pontos avançados em torno de organicidade e planejamento financeiro em nível regional – pensar em política financeira e seu planejamento é parte da nossa própria estrutura organizativa de nos autofinanciarmos, mantendo nossa autonomia e independência de classe.

Esse encontro se dá em um momento de crescente ataque aos trabalhadores e ao povo pobre por parte dos governos estaduais de nossa regional. Em Mato Grosso, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais, políticas de austeridade, de desmonte de direitos garantidos e sobretudo de repressão avançam contundentemente. Nossa região é estratégica para grandes setores lobistas como o agronegócio, a mineração, a indústria e o setor petrolífero. Neste momento em que os ricos tentam nos obrigar a pagar pela crise que não é nossa, tais setores pressionam cada vez mais os governos estaduais a pautarem as políticas públicas de acordo com suas agendas de exploração e concentração de riqueza, terras e lucro, que só são possíveis mediante a austeridade e a carestia de vida de nosso povo.

Em São Paulo se consolida ainda mais a política de vigilância, repressão e de arbitrariedade pelo governo tucano. A perseguição aos movimentos sociais por parte de Alckmin, do judiciário e da grande mídia se intensifica e a máscara do dito “Estado Democrático de Direito” cai, deixando exposta a verdadeira face do Estado como órgão da classe dominante, de repressão, de garantia dos interesses dos de cima.

Em Mato Grosso, o agronegócio aumenta sua pressão sob o governador aliado Pedro Taques, e a situação do povo do campo, trabalhadoras e trabalhadores, povos originários e comunidades tradicionais exige luta e organização popular para barrar essa investida do latifúndio e dos grandes produtores de soja e carne de corte. Autodeclarado “seguidor” de Alckmin e Perillo, governador tucano de Goiás, Taques está inserido no projeto neoliberal de poder do PSDB no país, servindo-se como uma figura importante para sua execução. Sendo um dos protagonistas no desenvolvimento do Movimento Brasil Central – movimento que visa unir os governos do centro-oeste e do Tocantins para avançar políticas de exportação e extração dessa região, além de traçar políticas de precarização e austeridade (conjuntamente) para essas regiões, querendo tornar o centro-oeste e Tocantins uma região mais forte e independente dos demais estados do Brasil.

O Rio de Janeiro por sua vez vive uma das mais dramáticas situações do funcionalismo público: o legado da copa e das olimpíadas foi devastador, conforme denunciávamos em toda a nossa luta contra os megaeventos. A política dos de cima faliu o Estado e este quer que os de baixo paguem a conta. Além desta situação calamitosa, que exige uma luta proporcionalmente radical e intensificada, a política de extermínio dos pobres, pretos e favelados continua a todo vapor, visto a última chacina na Cidade de Deus, justamente no dia da consciência e luta do povo negro.

Minas Gerais faz a máscara do PT cair mais uma vez: o governador Fernando Pimentel não faz questão de esconder sua sede por repressão policial aos movimentos sociais. Casos de extrema violência policial no campo e na cidade, em despejos, repressões a atos de estudantes, de ocupações e de jovens contra o aumento são comuns em seu governo, marcado também pela complacência com a Samarco-Vale, que destruiu Bento Rodrigues, o Rio Doce e todo o complexo de vida animal, vegetal e humana que dependia do rio para viver.

É em meio a este contexto hostil que reafirmamos nosso compromisso com a luta da classe trabalhadora e das/dos de baixo. A realização deste nosso III encontro possibilitou que aprofundássemos questões fundamentais para a nossa articulação regional, amadurecendo e aprimorando nossa organicidade, nossa estratégia e nossa leitura de conjuntura, que é um passo importante para as lutas mais acirradas que se aproximam. Nossa convicção se reanima, nossas organizações e nossa coordenação nacional se fortalecem. Nestes momentos de ataques por parte do capital nacional e internacional e por parte dos governos, só a organização popular firme e sólida é capaz de promover resistência, luta e justiça para as e os de baixo.

Barrar os ataques dos governos estaduais e barrar os ataques do governo federal, como a PEC 55 (antiga 241), a reforma trabalhista, a reforma da previdência, a MP do Ensino Médio e todo o pacote de maldades contido no “ajuste fiscal”!

Seguimos firmes na peleja de construir Poder Popular e um projeto revolucionário, Socialista Libertário, que se faça alternativa classista ao nosso povo!

Não tá morto quem peleia!

Cuiabá, Mato Grosso, 20 de novembro de 2016.

RUSGA LIBERTÁRIA (RL) – MT

FEDERAÇÃO ANARQUISTA DO RIO DE JANEIRO (FARJ) – RJ

ORGANIZAÇÃO ANARQUISTA SOCIALISMO LIBERTÁRIO (OASL) – SP

COLETIVO MINEIRO POPULAR ANARQUISTA (COMPA) – MG

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Coordenação Anarquista Brasileira – CAB