Realizada Primeira Feira do Livro Anarquista de Belo Horizonte

Primeira Feira do Livro Anarquista de Belo Horizonte

Companheiras, companheiros,

Agradecemos imensamente a todas e todos que fizeram desta Primeira Feira do Livro Anarquista de Belo Horizonte o sucesso que foi!

Além das várias banquinhas de materiais de matriz libertária e anarquista e das comidas veganas e bebidas a preços populares, a feira contou também com um debate sobre a Revolução Curda junto ao Comitê de Solidariedade à Resistência Popular Curda de SP, com a apresentação do espetáculo Aqui Gardênia Existe!, estrelando Luíza Fontes e Simon de Oliveira, e com uma mais do que animada festa de encerramento com Niaw Mapuche recheada de salsa, cumbia, samba, axé, forró, maracatu, carimbó, dentre outros ritmos latinos.

Muito mais que um espaço de venda e compra de livros, cartilhas, livretos, zines, buttons, comidas e bebidas, a Feira serviu também como um ponto de encontro de pessoas que já se movimentaram de alguma forma em iniciativas anarquistas e que há tempos não se encontravam. Também serviu para que diferentes pessoas, grupos, coletivos estreitassem relações, tão necessário neste momento adverso que estamos vivendo.

Felicitamos às centenas de pessoas que transitaram na feira, e esperamos que a Feira tenha sido um incentivo à permanente mobilização e luta de todas e todos que pulsam revolta contra as injustiças, a exploração e a desigualdade. A luta contra o capital, o Estado e as opressões requer união, organização e ação coordenada dos anarquistas e dos setores oprimidos em geral!

Agradecemos ao Sind-REDE por confiar-nos o espaço para a realização da feira, às editoras, cooperativas e coletivos de publicação pela presença na feira, como a Editora Faísca, Editora Terra Livre, Editora L-Dopa, coletivo Facção Fictícia, coletivo 4y25, cooperativa A de Contorno, Coletivo Deformação, Botequim vegano-A Gata Preta, Organização Anarquista Socialismo Libertário, à palhaça e ao palhaço Luíza Fontes e Simon Oliveira, ao Comitê de Solidariedade à Resistência Popular Curda de São Paulo, ao amigo Niaw Mapuche, à Frente Terra e Autonomia – FTA que esteve na Feira arrecadando doação para a construção do Centro Social da ocupação Guarani-Kaiowá, às organizações políticas companheiras que estiveram presente saudando os 5 anos de nossa organização, e às demais pessoas e iniciativas que contribuíram com a feira expondo seus materiais de última hora.

Por fim, como optamos por não fazer a leitura de textos no ato solene de 5 anos do COMPA, que estava na programação, compartilhamos ao fim desta publicação as saudações das organizações anarquistas irmãs da CAB e da América do Sul, além do texto que escrevemos em ocasião dos nossos 5 anos.

Um forte abraço, a todas e todos, e já estamos ansiosas e ansiosos pela Segunda Feira do Livro Anarquista de Belo Horizonte. Se quiserem seguir ou conhecer melhor o COMPA e a CAB, estamos presentes nos endereços:

  • www.compa.noblogs.org
  • www.facebook.com/ColetivoCOMPA
  • www.anarquismo.noblogs.org
  • www.facebook.com/cabespecifista
  • compabh[ @ ]riseup.net

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FOTOS DA PRIMEIRA FEIRA DO LIVRO ANARQUISTA DE BELO HORIZONTE

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

Primeira Feira do Livro Anarquista de BH

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DISCURSO DO COMPA EM OCASIÃO DE SEU ANIVERSÁRIO DE 5 ANOS

RESGATE HISTÓRICO

Companheiras, companheiros, é com muita alegria que hoje completamos 5 anos de organização anarquista em Minas. Mas não são somente 5 anos de existência. Pelo menos desde 2008, anarquistas se reuniam na capital e discutiam sobre o sonho de construir um coletivo anarquista que atuasse de alguma forma na cidade. E assim foi sendo forjada a história do COMPA, mesmo que ainda bem antes de sua fundação no dia 21 de janeiro de 2012.

Somos continuidade do antigo Movimento Anarquista Libertário, MAL-BH, que nasceu na cidade em 2009, fruto dessas reuniões que houveram no ano anterior. Algumas e alguns companheiros que estão aqui provavelmente se lembram do MAL-BH nesse ano, e alguns certamente apostavam que aquele grupo de jovens (e eram todos jovens) não se desenvolveria e se tornaria uma organização militante.

Já em sua origem o MAL-BH assume uma linha classista e organizativa de anarquismo, baseando-se sobretudo nos escritos de Malatesta. Organizamos grupos de estudos de anarquismo, atos contra o Estado e o militarismo, atos contra o capitalismo, atividades no Primeiro de Maio, participamos da luta secundarista pautando o passe-livre nas grandes manifestações que a AMES-BH mobilizava, dentre outras atividades aqui e ali. A luta secundarista foi a nossa primeira tentativa de atuação social, com alguns militantes atuando em suas escolas e no movimento em geral.

Em agosto de 2009 conhecemos o Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, e, junto ao instituto, a luta pela verdade, memória e justiça, firmando uma forte aliança que se estenderia até o ano de 2012. Junto ao IHG construímos inúmeras atividades, atos e campanhas: a campanha pela erradicação do decreto do Lacerda que proibia eventos de qualquer natureza na Praça da Estação (em ocasião do surgimento da Praia da Estação), Maio de Resistência, Velada Libertária, Semana Internacional de Direitos Humanos, debates, atos e outras atividades sobre a questão da ditadura militar, da luta dos trabalhadores e dos oprimidos em geral.

Em 2011 começamos a nos aproximar da luta por moradia, tanto na articulação contra o despejo da ocupação Zilah Spósito, no norte de BH, quanto na campanha contra o despejo da ocupação Dandara, na região da Pampulha, também em BH. Ainda como MAL-BH, amadurecíamos e fortalecíamos nossa organização interna e nossos laços com as lutas sociais da cidade. Estivemos presentes também na grande greve dos trabalhadores em educação do estado de Minas Gerais, que durou 111 dias e que participamos ativamente, não como categoria, mas como apoiadores.

Foi em 2012, como foi dito, que nascemos como COMPA. Em um encontro de formação do então Fórum do Anarquismo Organziado, FAO, ocorrido no Rio de Janeiro, anunciamos a mudança de nome para Coletivo Mineiro Popular Anarquista e manifestamos publicamente a nossa intenção de integrar o FAO. Assumimos, dessa forma, o especifismo como corrente e orientação estratégica e organizativa. No mesmo ano, o FAO torna-se Coordenação Anarquista Brasileira, CAB, fato que comprovou o avanço do anarquismo organizado no Brasil, que na ocasião contava com 6 estados com organizações coordenadas, e que hoje já conta com 13 estados, incluindo Minas Gerais.

Chega 2013 e, junto com 2013, as jornadas de junho. Submersos na revolta que incendiou o país contra os aumentos nas tarifas e a repressão policial, assistimos à sua dispersão nacional provocada sobretudo pelas manobras midiáticas da grande imprensa, transformando-as em manifestações contra a corrupção, ensaiando o modelo verde e amarelo raso, intransigente, intolerante e infiltrado por práticas e discursos de direita que viria a ser revisto em 2015 e 2016. Mesmo que a imprensa tenha logrado exito nessa virada de chave ideologica e política das manifestações, cumpre ressaltar que outros avanços além da redução das passagens em centenas de cidades também foram conquistados pelas jornadas de 2013, sobretudo para a corrente anarquista no país. Crescemos, nos fortalecemos e ampliamos nossa atuação e presença em todo o Brasil, tendo também fortalecido a esquerda, seus movimentos e suas ações na capital mineira.

Em 2013 ainda começamos a militar na Ocupação Guarani-Kaiowá, em Contagem, e lá estivemos presentes na construção da Frente Terra e Autonomia, FTA. Em 2014 organizamos vários grupos de estudos libertários (GEL), um Seminário em sobre Mikhail Bakunin, em ocasião de seus 200 anos, contando com a participação de quase 100 pessoas e a apresentação do companheiro Felipe Corrêa, do ITHA (Instituto de Teoria e História Anarquista), publicamos vários boletins, tratando de assuntos como o primeiro de maio e as eleições, fortalecemos nossa presença na cidade com a nossa recém criada Livraria Anarquista Avelino Fóscolo, e nos envolvemos nas lutas contra o aumento e pela tarifa zero no transporte público. Finalizamos 2014 com o prognóstico de que a situação política do país trilhava um caminho preocupante, sobretudo após a vitória de Dilma Rousseff, que provocou reações instantaneas em setores conservadores e insatisfeitos pela derrota do candidato rival.

2015 é o ano em que se consuma a dita crise econômica, e, como todos os governos, o governo do PT joga nas costas do trabalhador e do povo brasileiro a conta dessa crise dos de cima. Nomeia o banqueiro Joaquim Levy para a fazenda e juntos elaboram o famigerado ajuste fiscal. Tentam aplica-lo, mas a política de terra arrasada e do “quanto pior, melhor” que a oposição raivosa emplaca, liderada por Eduardo Cunha, liquida todas as possibilidades do governo petista. Durante todo o ano pautamos as contradições do voto crítico, ao mesmo tempo em que denunciamos o discurso oportunista da oposição e direita em geral “contra a corrupção”, que em verdade tinha outros interesses por trás no jogo do poder em que estão inseridos.

Além do profundo acirramento que começava a se intensificar em nível nacional, passamos por apertos e aflições na luta local. No norte da capital, divisa com Venda Nova, a ocupação Izidora resistia a um mandado de despejo que colocava em risco de vida 8 mil famílias. Nos unimos aos diversos movimentos e entidades que se articularam na época para lutar contra esse massacre que se anunciava, e “aos 45 do segundo tempo” a operação que contava com 13 mil policiais foi dissolvida, e o despejo foi suspenso. Ainda nesse ano surge o Movimento Passe Livre Belo Horizonte, fruto do também recem movimento Bloco de Lutas Pelo Transporte, em que nossa militância esteve presente desde o início e que começa desde já a fazer debates, atividades culturais, ações, panfletagens e manifestações não só em BH mas também em cidades da região metropolitana da capital, como Ribeirão das Neves, Venda Nova, Contagem e Ibirité (consolidando núcleos).

2016 chega e com ele chegam com força as grandes manifestações puxadas pela direita, que já se esboçavam em 2015. O clima antipetista que a imprensa difundiu com veemência, somado à bancarrota de fato do governo, tanto política como econômica, abalou fatalmente o governo federal. O governo chega a seu limite com o rompimento de seu maior aliado, PMDB, já durante o processo de impeachment, e então Dilma cai. Neste processo todo, debatemos e publicamos nossa leitura de conjuntura e posicionamento, entendendo que o processo em curso no país era (é) um golpe institucional, por se tratar de uma movimentação política de setores do andar de cima afim de tirar um governo capitalista de conciliação para emplacar seus objetivos sem o intermédio (não mais necessário) do PT, mas que isso não implicava necessariamente que deveríamos defender o governo de Dilma, a dita “democracia” burguesa, ou mesmo alguma “solução” que vinha do andar de cima como alternativa para o povo brasileiro.

Tão logo publicamos esse documento, nos dispomos a compor toda e qualquer mobilização contra o governo Temer, contra os cortes dos direitos, propondo como alternativa ao povo e à classe trabalhadora a união e luta popular, independente, de ação-direta, que cria poder popular e dá força ao povo para combater os ataques e ludibriações dos governantes e seus aliados. Intensificamos nossa militância no sentido de denunciar a coalização liderada por Temer, que montou seu governo descaradamente com o objetivo de desmontar direitos, impor uma política neoliberal perversa e entregar recursos e riquezas do país para ricos brasileiros e internacionais.

Finda 2016 com muita luta, algumas vitórias e outras tantas derrotas. O que temos em 2017 é a tarefa de barrar a reforma da previdência, trabalhista, terceirização, os ataques aos direitos do povo, indígenas, ambientais… enfim, toda a gama de ataques que Temer e os demais que compõe seu governo pravo estão realizando.

Iniciamos 2017 com essa feira, não somente com objetivo de propagar e incentivar a produção, publicação e circulação de materiais anarquistas, mas também com o objetivo claro de compartilhar com todas e todos o compromisso que assumimos na luta popular nesse período turbulento e hostil que vivemos, e também de incentivar às e aos compas que não estão organizadas e organizados em nenhum movimento ou organização, que o façam e somem suas potencialidades de transformação às e aos demais.

TRÊS APONTAMENTOS PARA A CONJUNTURA

Para finalizar, sentimos a necessidade de ressaltar três pontos que consideramos primordiais para a nossa luta nesse cenário que se apresenta, a nós anarquistas e a nós esquerda em geral.

O primeiro, é que a luta popular deve ser um valor universal, indispensável, inegociável. Não podemos submetê-la a políticos, negociatas, fazê-la barganha de conchavos nos gabinetes de parlamentares, prefeitos, governadores ou presidente. Só a luta decide, só a luta muda a vida. Como diz a Internacional, façamos nós com nossas mãos, tudo que a nós nos diz respeito. Não mais ilusão nos dispositivos, instituições, e figuras do andar de cima, como os políticos, burocratas, juízes, parlamentos, tribunais, gabinetes. Não mais submissão nem conciliação de classes. Só a independência de classe garantiu vitórias reais do povo brasileiro. Sem a independência de classe, os avanços de governos ditos progressistas se desmancharam ora em novas negociações, pressões de outras forças do jogo do poder, ora por novos governos de turno.

O segundo ponto é que o combate político e ideológico à extrema-direita, seja ela neoliberal ou seja ela fascista, deve ser prioridade em nossa agenda. Não só devemos denunciar a política entreguista e neoliberal de Temer, mas também devemos denunciar a extrema-direita fascista que começa a sair da toca novamente. São momentos de crise econômica e de legitimidade institucional (sobretudo esta) que o fascismo ganhar terreno, pois ele é embasado por discursos rasos, prontos, vingativos, que apresentam o ódio e a intolerância como solução para o país. Personagens como Bolsonaro devem ser rechaçadas ampla e publicamente por nossas organizações, movimentos, militantes, a partir de um trabalho de conscientização de que essas figuras não passam de resultados históricos que já provamos outrora: Mussolini e Hitler são os exemplos mais emblemáticos e também traumáticos.

Tais figuras falam o que a mídia faz o povo gostar de ouvir: Bolsonaro não é mito, é apenas um oportunista que repete o discurso pronto de Datenas, Marcelos Rezendes e Malafaias que há anos é injetado em nossas cabeças todos os dias na TV. Ele apenas diz o que a mídia diz ser bom ouvir, diz ser bom seguir, diz ser a “única opção”. E com isso, direitos vão sendo relativizados, o respeito torna-se objeto de chacota, ofensas e preconceitos vão sendo naturalizados, pessoas vão sendo assassinadas por racismo, homofobia, machismo e outras discriminações, e os personagens caricatos que fazem esses discursos decorados vão conquistando fãs no seio da classe trabalhadora.

É preciso fazer um trabalho incessante de esclarecimento e conscientização do real problema que o fascismo representa, e de demonstrar que um dos protagonistas do fascismo no Brasil é esse político Bolsonaro. Não se trata mais de “não dar ibope” a este político, pois a sua platéia ele já conquistou. A nossa tarefa é denunciá-lo e desmascará-lo, e é para ontem.

Por fim, em terceiro lugar, entendemos que a tarefa dos anarquistas nessa conjuntura é a de promover, oragnizar e estimular iniciativas de auto-organização popular, tanto no sentido de luta contra o corte de direitos, quanto no sentido de construir relações autogestionárias de economia popular.

A crise sucumbe famílias trabalhadoras em todo o país, o desemprego cresce e as alternativas de conquistar o ganha pão vão ficando cada vez mais escassas e precarizadas. Pensamos que deve ser nesse sentido que devemos mirar nossa militância: impulsionar a construção de iniciativas coletivas de economia popular, com cooperativas comunitárias, estudantis, ou mesmo de um conjunto de trabalhadoras ou trabalhadores de uma determinada categoria que estão desempregados.

Mas é imprescindível que essas iniciativas de autogestão econômica tenham a crítica ao sistema capitalista como fundamento primordial, pois todas as crises que nos sufocam são frutos desse sistema econômico baseado na exploração e sofrimento de tantos para o bem-estar e o gozo de privilégios de alguns. Sem tal crítica, trabalharemos tão somente para reformar o sistema, e não para criar condições de um dia destrui-lo. É fundamental que junto às cooperativas, aos projetos comunitários, de juventude, camponeses, haja o espírito de luta também para reivindicar aquilo que por direito deveríamos ter acesso, como saúde, educação, trabalho, moradia, aposentadoria, transporte, etc., e que, com essas lutas imediatas e essas iniciativas de produção e economia coletiva, possamos criar poder popular para fazer frente ao capitalismo, ao Estado e às demais instituições, materiais ou não, que eternizam a opressão e a exploração.

Fomentar a luta pelos direitos, promover organização de base, construir consciência e solidariedade de classe, criar e impulsionar projetos de economia coletiva e popular no campo, na cidade, na juventude e com trabalhadores e trabalhadoras desempregadas, promover espaços de formação política e educação popular nos locais em que estamos inseridos, e forjar, por fim, unidade das distintas categorias e setores dos de baixo para avançar na construção do poder popular: tal é a nossa estratégia dorsal.

Assim, companheiras, companheiros, finalizamos nossa fala neste ato político de 5 anos do COMPA, ressaltando os pontos positivos que construimos até hoje, mas frisando também tamanho desafio que nossa militância tem no “daqui em diante”. Que estes desafios nos nutram revolta e disposição, disciplina e determinação!

Como dizem os companheiros do sul,

Não tá morto quem peleia!

É barricada, Greve Geral, ação-direta que derruba o capital!

Viva o COMPA, Viva a CAB, Viva o Anarquismo!

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SAUDAÇÕES AOS 5 ANOS DO COLETIVO MINEIRO POPULAR ANARQUISTA

Organização Anarquista Socialismo Libertário – OASL – São Paulo – CAB

Saudação ao COMPA, OASL

Com grande entusiamo nós da Organização Anarquista Socialimo Libertário saudamos os 5 anos de existência do Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA) organização irmã que defende e enraíza nossa corrente em terras mineiras, é um orgulho para nós ter acompanhado o surgimento dessa organização e humildemente ter colaborado em sua formação que tanto somou ao fortalecimento do anarquismo no brasil e com grande alegria nos fazemos presentes nesse momento de comemoração e afirmação de convicção.

Nesse momento em que nos encontramos em que o Estado e a reação se recrudescem ainda mais, e que uma realidade ainda dura se coloca para os de baixo e para os que lutam, é saber que contaremos com compas como esses que nos enche de energia para a luta diária.

Viva o COMPA!
Viva a CAB!

Federação Anarquista Do Rio De Janeiro – FARJ – Rio De Janeiro – CAB

A Federação Anarquista do Rio de Janeiro envia uma saudação aos 5 anos do Coletivo Mineiro Popular Anarquista – COMPA.

Que as companheiras e companheiros criem raiz profunda no trabalho que vêm consolidando, com as frentes de juventude, comunitária e mobilidade. E sigam adiante, abrindo novos campos de luta, indicando caminhos, assumindo responsabilidades e o esforço, semeando um estilo de trabalho que estimule a organização, ponha combustível na ação cotidiana permanente e abra perspectivas de longo prazo. Porque é em meio à luta que se acumulam as experiências, se aperfeiçoa e desenvolvem os métodos de ação e se consolida a organização.

Seguimos em solidariedade com as lutas em Minas Gerais, em repúdio aos ataques aos direitos sociais, à violência no campo e na cidade, aos ataques às ocupações e as repressões às mobilizações, ao aumento das tarifas do transporte público, e à cumplicidade e conivência do governo com os crimes da Samarco-Vale.

Se a conjuntura se apresenta como desafiadora, é na busca por avançar sobre os problemas que nos fortalecemos, reafirmamos nossos valores e a convicção em nosso projeto anarquista. É o momento para reforçarmos os elos de nossa corrente, a nível regional e nacional, frente ao capital e à burocracia reformista, construindo referenciais de luta e de poder popular!

Mão estendida à companheirada! Punho cerrado ao inimigo!
Viva o COMPA! Viva a CAB!

Federação Anarquista Gaúcha – FAG – Rio Grande Do Sul – CAB

SAÚDE COMPA.

A FAG felicita os companheiros e companheiras pelos 5 anos que se cumprem com o coração cheio da fraternidade anarquista e popular que nos irmana como projeto militante no país. Na impossibilidade de compartilhar em presença esta expressiva data, recebam nosso carinho por meio desta carta, bem como tomem registro de nossa alegria de sabê-los ativos, com um posto de luta na região, fazendo anarquismo pelo caminho e as pedras que proporcionam nossa época.

Como opinamos em seu momento, a crise é um discurso violento da propriedade contra os bens comuns e os direitos sociais. A narrativa fatal do “não há alternativa” que prepara uma ofensiva de classe que ambienta em geral um modo de governo de choque que descarta as técnicas de colaboração e pacto social. O PT do ajuste fiscal e sócio dos esquemas corruptos do poder político e econômico foi o pretexto perfeito para uma reação feroz das classes dominantes por cima das conquistas históricas do movimento popular.

Temos vivido o ultimo ano com muita intensidade. As lutas sociais buscaram montar a resistência contra o ajuste brutal que vem pela mão de cima. Desemprego, redução do orçamento nacional para saúde, educação e salários, reformas trabalhistas e da previdência. Por vários lugares do país, temos feito o combate nas ocupações de escolas e universidades, protestos de rua, greves de setores operários, municípios e serviços públicos, etc..

A imprensa burguesa e os políticos fazem campanha forte ao lado do ajuste para instalar a “segurança” como tema central. Toda uma articulação de elementos que opera um modelo de Estado que avaliza com violência punitivista as leis infames do mercado capitalista. A ambivalência da Lava Jato e todo protagonismo evidente de seus operadores na cena política, marca com seus critérios seletivos e precedentes, nossa transição incerta por um regime de redução de direitos e liberdades parciais.

Ao lado do desemprego, de toda calamidade da saúde e da educação, de cortes de programas e investimentos sociais o plano nacional de segurança que traz o ministro Alexandre de Moraes promete mais polícia e expansão do sistema punitivo, junto com a modalidade das PPPs. Agora mesmo, no começo do ano, o Brasil assistiu em menos de um mês o massacre de 150 detentos em penitenciárias do norte e nordeste. O aparente fracasso das prisões em corrigir e reeducar os presos se articula com a eficácia do sistema em produzir o discurso do “bandido bom é bandido morto” e criar na sociedade o sujeito de exceção.

O capitalismo real é uma máquina de moer carne humana, que produz guerras e genocídios, muros que confinam pra morte, sistemas de vigilância e controle a soldo do imperialismo. O aumento da desigualdade social que se estima desde 2008 faz 1% da classe capitalista dona da metade da riqueza do mundo. E todos sabemos da miséria, o desespero, o ecocídio, as barbaridades que deixou o sistema na sua última farra global com os derivados financeiros que jogam com a sorte dos 99%.

O anarquismo como crítica, proposta e ação tem muito para aportar nas lutas desse momento. Deve ter a capacidade política para atuar dentro das preocupações que atravessam os setores populares hoje. Não interessa o radicalismo como performance extravagante que não consegue se comunicar com ninguém. A prática política libertária que pode ter vocação de ruptura e mudança tem que saber se posicionar em situações concretas e polarizar forças sociais em um momento dado. Pedra sobre pedra, criar resistência pelas ruas, greves e ocupações e construir movimento popular pela base.

Vamos compas! Um forte e solidário abraço da FAG.
Não tá morto quem peleia.
Viva a Anarquia!!!!

Organização Resistência Libertária – ORL – Ceará – CAB

Saudação da Organização Resistência Libertária aos 5 anos do Coletivo Mineiro Popular Anarquista – COMPA

Hermos hecho varias menciones a problemas que tenemos que superar, a desafios que hay por delate, a la necesidad de comenzar a pisar firme para ir recuperando tanto terreno perdido. Todo ello lo decimos de la perspectiva que el anarquismo fue mucho ayer y tiene mucho hoy para decir y hacer. Obvio es que la historia libertaria no empieza hoy. Somos herederos de um pasado lleno de combates, de militantes ejemplares, de verdaderos héroes del pueblo.

Juan Carlos Mechoso

É com imensa alegria que a Organização Resistência Libertária comemora os 5 anos do anarquismo organizado em Belo Horizonte. O Estado de Minas Gerais vive uma conjuntura de cortes de direitos sociais e arrocho salarial como os de baixo de todo como em todo Brasil. Em dezembro de 2016 foi decretado Estado de calamidade pública financeira e os salários dos servidores públicos foram parcelados. Sabemos que essa crise é dos de cima e são eles que devem pagar. Ter uma organização anarquista em Minas Gerais nos torna confiantes na construção do poder popular nesse Estado. Temos nos (as) companheiros (as) a certeza da construção do poder popular desde baixo e a esquerda. Punho firme e mãos dadas contra o Estado, Capitalismo, Patriarcado e a Supremacia Branca, enraizando o especifismo em terras mineiras.

Viva a CAB!
Viva o COMPA!
Viva o Anarquismo Organizado!

Federação Anarquista Dos Palmares – FARPA – Alagoas – CAB

Saudação aos 05 anos de existência do Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA)

Desde a sua fundação, em 21 de janeiro de 2012, no Rio de Janeiro, o Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA) traz às terras mineiras uma referência de anarquismo especifista organizado, estando lado a lado na luta do povo, na perspectiva do poder popular. Trilhando um caminho norteado pelos princípios da autogestão, federalismo, horizontalidade, ação-direta, autodisciplina nós, da Federação Anarquista dos Palmares (FARPA) vimos, através desta, saudá-los pelos 05 anos de luta e resistência em Minas Gerais. Litoral, Agreste e Sertão alagoano regozijam e desejam que esses anos de vida, sonhos, sangue e suor se tornem atemporais e longínquos.

Sabemos que são tempos muito difíceis e que muitas conquistas vêm sendo perdidas. Porém, como diz Nina Simone em You’ve got to learn “enfrentar a realidade é muitas vezes difícil de fazer quando parece que a felicidade desapareceu/ Você tem de aprender a segurar suas lágrimas e informar que a vida tem de continuar”. Sim, a vida tem de continuar, mas não resignada, submissa aos exploradores e opressores. Não podemos buscar nem mesmo conceber como saída outra coisa que não seja o fomento das práticas de construção de Poder Popular criando em paralelo um povo forte.
Transmitimos a vocês nosso legado histórico de força, obstinação e coragem dos quilombolas, caetés e cabanos – que eles possam ser não somente uma referência para nós, alagoanos, mas para todas e todos que compreendem que um mundo livre, justo e equânime só pode ser conquistado através da organização coletiva, da solidariedade e pela busca incansável pela liberdade em todos os aspectos da vida humana.

Como afirma Errico Malatesta:

“visto que todos estes males da sociedade derivam luta entre os homens, da busca do bem-estar que cada um realiza por sua própria conta e contra todos, queremos corrigir esta situação, substituindo o ódio pelo amor, a competição pela solidariedade, a busca individual do próprio bem-estar pela cooperação fraternal para o bem-estar de todos, a opressão e a imposição pela liberdade, a mentira religiosa e pseudocientífica pela verdade”.

E finalizamos essa saudação nas palavras de um mineiro, poeta, Murilo Mendes, reafirmando o compromisso e a luta por um mundo novo;

‘’Abro a gaiola do céu
Dou a vida aquela nuvem
As águas me bebem’’

VIVA O ANARQUISMO ORGANIZADO!
VIVA A CAB!
VIDA LONGA AO COMPA!

Coletivo Anarquista Bandeira Negra – CALC – Santa Catarina – CAB

Saudações do CALC aos 5 anos do COMPA/MG

O Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC), organização anarquista especifista localizada no Paraná, saúda e comemora meia década de construção do Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA), em Minas Gerais! Seguimos firmes na construção de uma coordenação anarquista especifista no Brasil, a Coordenação Anarquista Brasileira (CAB), rumo à conformação de uma organização anarquista brasileira.

Num território reconhecido por muita luta da classe oprimida surge uma organização anarquista que vem conquistando seu espaço em Minas Gerais. Ficamos muito contentes de o COMPA estar completando 5 anos de muita combatividade e que venham muitos mais!

Vivemos um momento intenso de ataques da classe dominante aos nossos direitos. PEC 241 (55), tentativas de Reforma do Ensino Médio, Previdência e Trabalhista, tentativas de despejo a inúmeras ocupações urbanas e rurais, aumentos de tarifa de transporte público, aumento da repressão e criminalização à pobreza e aos movimentos sociais. Destacando também o contínuo genocídio do povo negro e dos povos originários. Só nos resta intensificarmos e ampliarmos nossa organização, massificarmos e radicalizarmos as lutas.

Estamos nos fortalecendo a cada passo que damos, a cada ano que completamos de luta e organização. Com muita convicção seguimos na construção de uma matriz ideológica anarquista latino-americana e fortalecendo os movimentos sociais em que estamos inseridos.

Toda força ao COMPA e a construção anarquista especifista no sudeste e no Brasil!

Viva o COMPA!
Viva a CAB!
Viva a luta popular!

Rusga Libertária – Mato Grosso – CAB

Saudações aos 5 anos de Luta e Organização Anarquista em terras Mineiras

Se vocês ficassem isolados, se cada um de vocês fosse obrigado a agir por conta própria, seriam sem dúvida impotentes; mas ao ficarem unidos e organizarem suas próprias forças – por mais escassas que elas possam ser no começo – exclusivamente para a ação conjunta, orientados por um pensamento e uma atitude comum, e pelo esforço para um objetivo comum, vocês se tornarão invencíveis.

Mikhail Bakunin

É com imensa satisfação que a Rusga Libertária saúda os cinco anos de existência organizada, atuante e combativa do Coletivo Mineiro Popular Anarquista – COMPA. Sabemos da complexidade e importância que é construir uma organização anarquista forjada em compromisso e estilo militante, tendo como objetivo primeiro a organização com as/os de baixo e a construção do Poder Popular e sabemos que o COMPA vem se empenhando – nesses cinco anos – nessa construção e organização em terras mineiras.

Cientes da árdua tarefa que é a de construir a luta com o povo e para o povo, nós, militantes da Rusga Libertária, nos sentimos felizes e esperançosos com as organizações irmãs que, mesmo com todas as dificuldades impostas, conseguem manter-se de pé e lutar contra as opressões e injustiças que são colocadas no caminho de nossa classe. Sem dúvida, o COMPA nesses 5 anos tem germinado sementes importantes para que o Socialismo Libertário continue a crescer. Se a direita tem ganhado alguma importância no cenário político atual, organizados temos conseguido, com punhos erguidos e cravando nossas bandeiras rubro negras em solo firme, contribuir com uma perspectiva de luta combativa. Temos nos bairros, nos sindicatos, nas escolas e universidades, na resistência das mulheres, na resistência dos povos negros e originários, nosso maior combustível, encarando a luta de classes como nosso motor.

Desejamos vida longa a nossa organização irmã e que continue a trilhar o caminho do anarquismo com a mesma coerência e força que tem demonstrado. Nossa tinta não é as das canetas e sim o suor dos que lutam e o sangue dos que permanecem presentes por ter tombado lutando.

Vida longa ao COMPA! Vida longa ao Especifismo!
Pelo Anarquismo Organizado e Combativo!
Pela Luta Popular e Organizada: Lutar, Criar, Poder Popular!
Saudações Anárquicas, desde Mato Grosso…

Rusga Libertária
Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)

Federação Anarquista De Rosario – FAR – Argentina

Rosario 21 de Janeiro de 2017

Companheiros/as da COMPA:

Desde a FAR estamos orgulhosos de compartilhar este momento histórico de vitalidad do anarquismo mineiro nos seus cinco anos de vida. Abundam palavras de incentivo e apoio para a sua construção política anarquista. Nestes tempos de avançada clara das classes dominantes em todo o continente, você, nós e os outros CompAs da região sabemos plenamente a importância da ferramenta política organizacional, a importância mesma da duração de nossas organizações no tempo, e, acima de tudo, o compromisso da sua militância entre as forças organizadas do povo oprimido.

Na mesma terra de referentes do anarquismo como Maria Lacerda e José Oiticica, entre muitos outros, enviamos uma saudação calorosa nestes 5 anos de convicção libertária infatigável, de antiestatismo, de ética revolucionária e de comprometida luta para a emancipação social. Contra la clase dominante, anarquismo militante!

Viva la CompA!!!
Arriba lxs que luchan!!!

Federação Anarquista Uruguaia – FAU – Uruguai

Saúde companheiros e companheiras,

Chegue nosso abraço fraterno e nossas saudações nestes 5 anos de construção política e trabalho local dos companheiros e companheiras do COMPA que abonam o crescimento e consolidação da CAB e a expansão das ideias anarquistas ao longo da América Latina.

Que sejam muitos anos mais desde abaixo e junto aos e às de baixo, construindo um povo forte, solidário e combativo.

Estamos juntos na luta!

Porque o socialismo será libertário ou não será!
Arriba las e los que luchan!

federación Anarquista uruguaya – fAu
Montevideo, Uruguay.